segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A família au-aumentou!

Faz uns 2 meses que Alice se apaixonou por um cachorro no pet shop que fica no caminho da escola até a nossa casa. Todos os dias ela passava lá. Primeiro via de longe, imaginava... Depois foi se aproximando até o ponto em que as meninas do Pet já deixavam o cachorrinho solto pra brincar com ela. Óbvio que todo santo dia eu argumentava com ela todas as impossibilidades de levá-lo pra casa: tamanho do ap, falta de tempo, despesa etc.

O que eu não imaginava é que eu também fosse me apaixonar por ele. Me pegava sonhando o sonho dela, ansiosa pela hora do dia em que íamos nos ver. Nós 3. Racionalizei o quanto pude, mas meu coração já era dele fazia um tempo. Só eu que não enxergava.

E num esforço familiar para ver ela feliz, ele chegou. Quando eu já nem conseguia mais argumentar ele se juntou a nós. Um príncipe, educado, carinhoso. Eles brincam e meu coração se derrete ainda mais. Eu a vejo acordar cedo e pular da cama sem nem ter aberto os olhos direito ainda. Vejo ela se preocupar se ele comeu, se está confortável... Vejo os dois disputando brinquedo, atenção... Sorrio quando o vejo pular nos cachinhos dela e mordê-los impedindo ela de levantar. Ensino a ela como deve cuidar dele, que as vezes (mesmo sem querer) ela deve dar atenção a ele antes dos brinquedos... Assim, sinto um amor tão profundo por ver os dois juntos. 

Hoje uma amiga me contou que passou uma reportagem no domingo sobre dos benefícios para a criança que tem um cachorro. Fiquei feliz, mas lembrei que, em nenhum momento, permitir a chegada dele foi uma decisão racional. Daí eu me lembro que talvez esse amor já estivesse lá esperando por ele. A gente carrega umas culpas na vida que talvez só se materializem no tempo delas sem que a gente nunca as tivesse notado. Eu tive uma cachorrinha na infância e no auge de um rebeldia sem causa (é, eu não fui muito fácil) a doei. Ela foi doada pra uma pessoa que a amou muito e cuidou dela com toda delicadeza até seus últimos dias. Mas eu não fiz isso. E esse meu amor por ela ficou vazio, esperando eu ter a oportunidade de me perdoar, de me fazer perdoar. Talvez ele seja mais meu do que de Alice neste sentido. Ele é minha redenção com meu amor por cachorros.

Espero que ela cuide dele sempre com o mesmo amor dos primeiros dias. Espero que sejam companheiros, que ela tenha histórias pra dividir com ele, que ele a ensine sobre responsabilidade, sobre cuidado, sobre amizade, sobre demonstrar genuinamente o que se sente e sobre ser feliz. Espero que eles se acompanhem, se vejam crescer, se divirtam juntos e que seja sempre uma lembrança doce pra ela.

Enquanto escrevo, ela dorme na cama e ele se aninhou no meu pé. Já se aninhou pra me esperar lavar a louça, passar a roupa, organizar brinquedos... E eu desejo profundamente que ele me ensine sobre tudo isso também.

E assim nasce uma linda amizade!