quinta-feira, 1 de maio de 2014

O encontro de Alice, Jesus e o Amor

Hoje eu acordei cedo e fui dar uma arrumadinha da casa, aproveitando que Alice ainda dormia. Passou um pouquinho das oito horas e ouvi um resmunguinho dela vindo do quarto. Entrei, ela estava se espreguiçando e num movimento rápido, sentou e disse:

- Mamãe, Jesus tava sem camisa!

Prontamente, emendou:

- Ele tava com sangue por aqui e por aqui. (Passando as mãozinhas pelo próprio tronco e braços) Aí eu peguei ele no colo e levei ele pro chuveiro. E o sangue lavou, lavou, lavou. Desceu, desceu, desceu e foi pelo ralo. Depois eu peguei ele de novo, coloquei na cadeira e vesti uma blusinha nele.

Com a mesma velocidade ela deitou e disse:

- Agora vou te contar outra história. Pode ser de Ben 10? 

E continuou falando coisas bastante infantis, como se ela não tivesse contado a primeira história.

Nesse momento, eu nem sabia o que dizer a ela. Meus olhos estavam cheinhos de lágrimas. Mas como ela ainda não associa o choro à emoção, e sim à tristeza, eu engoli e fui conversar sobre o Ben 10.

Mas desde aquele minuto, eu não paro de agradecer a Deus pela filha que me confiou. Meu susto e minha emoção sobre a história de Jesus se dá porque, aqui em casa, nunca apresentamos Jesus a ela através da figura crucificada. Jesus é sempre nosso exemplo de amor, união, caridade, perdão e benevolência. Talvez, por conta da Páscoa, ela possa ter visto Jesus crucificado. Então, o que me alegra, é ver que essa figura da crucificação não a chocou. Mas tocou o coração dela para o exercício do que o próprio Jesus nos ensinou: do amor, do cuidado e da compaixão. Neste momento, senti uma conexão Divina e uma prova perfeita de que todo nosso esforço em prol de uma educação baseada em amor e respeito por nossa filha (e não uma educação punitiva) faz todo sacrifício valer a pena. Nossa filha não tem medo, nossa filha pensa! 

Estamos guiando uma pessoa por um caminho melhor que o nosso. Estamos apresentando ao mundo o melhor dos nossos valores através da nossa filha. Nós, como pais de Alice, acreditamos que as crianças que estão nascendo nos últimos anos são realmente especiais. Espíritos evoluídos que precisam e merecem espaço para desenvolver suas emoções e habilidade, tornando-se indivíduos seguros, tolerantes e capazes de dar e receber amor. E cada manifestação dessa característica em Alice nos faz felizes pela missão honrosa que Deus nos deu ao nos enviar este anjo. 

Ouvi duas frases na missa essa semana que não saem da minha cabeça e mais uma vez, minha crença nelas e em um mundo melhor aumentou: "Quando Deus mora no coração das pessoas, elas só podem viver e praticar o amor. Nascer do alto é nascer do amor."

Nossa filha nasceu do alto. Nasceu do amor. E que ela possa viver nele e leva-lo aos lugares onde ele ainda não conseguiu chegar.

Meu desejo é que todas as crianças que nascem, e certamente nascem do amor de Deus, encontrem solo fértil onde possam brotar, frutificar e saciar a fome que o mundo tem de amor.

Que assim seja! Amém!